sábado, 7 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher






   8 de Março  Dia Internacional da Mulher

Um breve relato sobre duas mulheres que se inscrevem na história da conquista dos direitos da Mulher.

No Brasil, o Século XX redesenhou o papel da mulher na sociedade, configurando a conquista de seus direitos políticos, civis e sociais, progressivamente trazendo a diferentes espaços a ampliação e o aprofundamento das discussões sobre a questão de gênero e a consolidação dessa conquista, acompanhando o movimento que ocorreu  em muitas outras nações, com o apoio da UNESCO, de organizações não governamentais e da sociedade civil.
Embora possamos considerar todos os impactos de tais conquistas num século que nos desafiou com as questões de ordem política, econômica e social, questões que conduziram Eric Hobsbawm e Tony Judt, entre outros intelectuais, a produzir um extensa obra de análise do cenário que se apresentou e permitiram ao primeiro denominá-lo, de certa forma, como a “era dos extremos” em suas primeiras décadas, vamos nos deter no direito de participação política e nas figuras de Emmeline Pankhurst e Bertha Lutz, a primeira nascida na Inglaterra, em 1858, e a segunda, brasileira, nascida em 1894.
Emmeline, a primeira, tinha o perfil de uma mulher inglesa vitoriana e a segunda o de uma zoóloga formada na Sorbonne, que, ao regressar ao Brasil, desencadeou a primeira campanha pelo voto feminino.
A luta de Emmeline, liderando as campanhas das chamadas sufragistas, agitou a Grã Bretanha no período de 1905/1914. Muitas vezes, a militante foi alvo da repressão policial, de sentenças de prisão proferidas pelas cortes de justiça e, por vezes, da violência das multidões contrárias aos seus princípios de sufrágio universal. Sua biografia registra, por exemplo, sua prisão por doze vezes em 1912.
Em 1903, Emmeline, com suas filhas, fundou a União Social e Política das Mulheres- W.S.P.U, inspirada nos ideais de liberdade e de cidadania da Revolução Francesa, desenvolvendo uma militância ativa, buscando uma sociedade em que fossem varridos os limites de gênero, tendo como suporte a confiança que demonstrava na reforma política.
Em 1918, concretizou-se sua primeira vitória, quando mulheres acima de trinta anos exerceram o direito de voto na Grã Bretanha, idade que em 1928 passou a ser de vinte e um anos. Sua luta teve repercussão além das fronteiras de seu país e, em 1920, as mulheres dos Estados Unidos da América alcançaram seu direito ao voto.
No Brasil, a primeira campanha pelo voto feminino foi liderada por Bertha Lutz, que enfrentou reações bem semelhantes às que ocorreram na Grã Bretanha. Preconceito, intolerância e resistência ao novo modelo de uma sociedade em que ocorreria o empoderamento das mulheres. Mas, em 1932 as mulheres brasileiras adquiriram o direito de ir às urnas.
Hoje, temos universalizado para todos os brasileiros o direito ao voto a partir dos dezesseis anos e já naturalizamos o comportamento de ir às urnas. Mas, neste dia 8 de março não nos custa homenagear esse dois vultos femininos que lideraram em seus países a caminhada para essa conquista: Bertha Lutz e Emmeline Pankhurst.                                            

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